

São indiscutíveis as mudanças profundas que a nova sociedade do conhecimento, da informação e da globalização está a produzir e a viver neste início do terceiro milénio.
É igualmente evidente que a educação, enquanto causa e efeito, enquanto agente e sujeito, enquanto motor de mudança e de progresso, constitui o domínio prioritário destes novos fenómenos, desta nova sociedade e das suas exigências de renovação urgente.
Temos assistido, em Portugal, ao longo das duas últimas décadas, a um aumento continuado das taxas de insucesso e abandono escolar. Este facto é, por si só, sintomático e preocupante. Os docentes, cada vez mais solicitados por assuntos de ordem administrativa, psicológica e social, transcendem o âmbito estrito da sua atividade pedagógica. Se a estes indicadores juntarmos a desvalorização do estatuto dos professores, o descrédito e abandono das instituições e as constantes reformas em que o sistema de ensino está mergulhado, facilmente diagnosticamos um mal profundo com consequências económicas e sociais que afetarão decisivamente o futuro das próximas gerações.
As dificuldades são profundas, pela forma, pelo conteúdo e pela amplitude, e começam logo na primeira infância prolongando-se pelos vários ciclos até ao ensino superior. Têm géneses diferentes mas todas derivam das opções estratégicas complexas ou da falta delas.
São poucos os domínios da vida social cujos problemas sejam analisados com tanta precisão e sob tantas perspetivas, levando à conclusão de que é necessário proceder a alterações profundas. Todavia, estas mudanças demoram a materializar-se e as inúmeras reformas escolares mais não fazem do que perpetuar o sistema vigente introduzindo-lhe apenas algumas adaptações superficiais. Com a educação, estamos perante um dos maiores desafios que se colocam às nossas sociedades.
Mais do que uma simples evolução, é necessária e urgente uma verdadeira revolução educativa: queremos que a educação continue a andar atrás das impressionantes mudanças que, apesar da nossa vontade, se registam inexoravelmente? Ou pretendemos de facto que, de uma vez por todas, a educação acompanhe e até se adiante aos acontecimentos?
O Colégio A Torre dos Pequeninos é, sem dúvida, um projeto que pretende avançar por esta segunda via.
Estamos certos que este projeto abrirá novos horizontes de esperança a todas as crianças que por aqui venham a passar.